Dreams are renewable. No matter what our age or condition, there are still untapped possibilities within us and new beauty waiting to be born.

-Dale Turner-

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Laissez-le-moi


    Foram inacreditáveis doze meses em que derramei aqui minhas emoções... Dividi momentos meus que nem mesmo eu ainda pude viver, mas posso dizer que ainda assim são os mais verdadeiros. Obrigada a todos aqueles que se deram o trabalho de ler estas linhas. Espero trazer alguma felicidade por mais tempo... =] 
AnaCii

Agora tem até musiquinha =]

     Era outro 24 de Novembro. O dia havia nascido meio cinza, mas ainda assim aquele dia se fazia lindo. Eu estava sentada no chão da sala, apoiando as costas no sofá amarelo que eu sempre detestei tanto. Olhava pela janela o pouco de céu que aquele quadrado me permitia, mas que tinha poder pra me levar pra mais longe do que minhas pernas ou meu coração teriam coragem de carregar. Largado no chão, o notebook esperava ansioso com uma página em branco por qualquer coisa, mas simplesmente não havia nada a dizer. Os pensamentos, sempre tão embaralhados e voluntariosos, de repente emudeceram. Levantei e fui até a cozinha, peguei uma xícara grande de café, voltei a me sentar e encarar a página. Ainda assim: Nada!
  Resolvi não forçar, sempre primei pela fluidez de tudo que havia feito e hoje não seria diferente. Minimizei a tela e coloquei alguma coisa pra tocar. A voz de Edith invadiu aquele pequeno cômodo e, como de costume, meu coração começou a bater um pouco mais rápido.
  Foi então que ela apareceu. Entrou com calma, parecendo que sempre esteve ali. Os cabelos estavam um pouco mais compridos e soltos, mas os olhos que eu tanto amo estavam iguais, ainda brilhavam convidativos e ameaçadoramente lindos. Ela vestia um vestido simples, vermelho que lhe caia até um pouco abaixo dos joelhos. Veio andando se abaixou e me beijou o rosto com carinho. Veio se sentar atrás de mim. Começou a mexer em meus cabelos com carinho e perguntou:
   - O que você está fazendo ai, meu amor?
Fechei os olhos, sentia os dedos dela correndo pelo meu couro cabeludo e ia percebendo o quanto aquilo me fazia falta.
  - Tentando escrever, contar mais mentiras sobre você e eu...
Ela sorriu e o som daquela pequena gargalhada teve o poder de matizar os sentimentos em meu peito, que sempre tiveram cor, mas que de repente se fizeram mais vivas.
 - E engraçado você dizer que são mentira. Eu vejo seu rosto, eu vejo meu rosto em tudo o que você escreve. Vejo seus sonhos, nossas mãos, os meus olhos... até mesmo nos que falam de outras mulheres.
 - É verdade... É difícil me lembrar de algo em que você não está.  
Ficamos em silencio por algum tempo. Ela me abraçou. Havia mil coisas que eu queria dizer...
- Não entendo como é que a gente foi se perder tanto. Tem tantas coisas que poderíamos ter vivido... Nós confiamos no tempo e hoje eu sinto que ele me deixa cada vez mais sem saída. Estamos indo pra longe... Um longe onde eu não sei se vai dar pra voltar.
 Não deu pra falar mais muita coisa. Eu desmoronaria se tentasse e ela sabia disso. Começou a trançar meus cabelos.
- As pessoas se perdem o tempo todo. Elas se perdem e as vezes se encontram mais tarde, levando uma bagagem de vida maior, um amor mais maduro... Mas não sinto que seja assim no nosso caso. Nós nunca nos perdemos. Sempre estive aqui, sempre vou estar aqui. Mesmo que seja numa lembrança. Nós temos muitas, não é? Já são dois anos...
  - É... Dois anos.- tornei a fechar os olhos –Será que você pode ficar um pouco aqui comigo?
 - Claro, eu já te disse... sempre estou aqui.
Sorri, peguei a sua mão e a levei até o quarto. Deitadas na minha cama, eu a prendi num abraço firme, esperando que ela não fosse embora, esperando que ela ficasse ali pra sempre...
  Acordei mais tarde, sentada no chão, com o copo de café já frio ao meu lado. A sala estava impregnada com o cheiro dela, mas eu nem perdi meu tempo questionando o por que. Talvez fosse só minha alma desesperada querendo que ela tivesse mesmo vindo me ver. Corri os dedos pelo rosto, tornei a abrir a página em branco e escrevi: 
“Le temps de commencer ou de finir
Le temps d’illuminer ou de souffrir
Mon Dieu! Mon Dieu! Mon Die!
Même si j’ai tort
Laissez-le-moi um peu...
Même si j’ai tort
Laissez-le-moi
Encore...”

10 comentários:

Unknown disse...

POrraaa..Ja esta nos Favoritos.
pode deixa que passarei sempre.

bamby nao BEBE, oks?
beijo

TamChilli disse...

sim sim..adorei lindaaa... principalmente esse finalzinho en fraçais.. vc realmente se garante fia.. e ó parabéns por esse 1 ano.. espero q vc escreva muito muito mais.. xeruuu

João Vitor Fernandes disse...

E finalmente ela voltou a postar, estava com saldades de ler seus textos meu bem.

As veses queremos que uma pessoa volte, a saudade fica tão grande que sentimos ate o toque, ou o perfume que tanto nos contagia. Se for pro bem dois eles acabam se encontrando num futuro. O tempo é quem dira se isso vai acontecer ou não.

bjs aninha!!!

.: Denise :. disse...

Bom, dispensa comentários! Até pq vc já sabe o que eu acho, né!?
Parabéns, Florzinha...cada dia mais me encanto com seu estilo!!

Bjooos

Unknown disse...

nossa muito lindo so o final q nao entendi...rsr toca o coraçao da gente... =/

Joyce disse...

um ano de belos posts carregados na emoção.

aqui eu li alegrias,tristezas,paixões,parcerias.....

tudo sempre à flor da pele ,tudo regado à muito bom gosto e sinceridade.

e agora tem até musiquinha!!

o texto é lindo..vc viu em meus olhos a emoção que causou...coisa realmente de sentir.....e vc me passa isso : um encantamento e um poder de me emocionar que é só seu....

te amo!

e muitos anos mais virão!

Xael disse...

me esmague, me mate se um dia criticar qualquer texto seu.. seja ele qual for. pois ai sim não serei mais eu, não estarei mais nesse mundo. lembranças, como fazer delas lindas recordações? vc usa as palavras como brinquedos, uma grande criança sem limites, e por isso seus textos nos leva a lugares diferentes aos seus momentos, ao ler pude sentir o abraço, a mão no coro cabeludo, e ate mesmo o cheiro pela casa, sentir o desespero, a angustia, o medo, o amor. dedos de fada e uma mente louca, essa é vc com essas duas combinações tao diferentes, vc esta a um passo da perfeição, tudo bem que ela não existe, mas se existir um dia vc sera a primeira a alcançar.Um ano seriu ? pois pra quem leu seus textos parece que vc já faz isso a anos e pode escrever ate mesmo de olhos vendados. Sei que muitas coisas viram por ai, e quero esta sempre disposto a vim aqui e me delicia com cada bela palavra que seus dedos de fada vao escrever, e sua mente louca vai criar. parabéns linda menina.. doida garota. forte mulher, e uma esplêndida amiga. =D

Unknown disse...

24 de novembro..

Vivi disse...

Dessa vez eu li, ok?! hahaha

O post tá lindo como sempre nega..
Quando leio seus posts, fico viajando.. acho que consigo entender tudo o que vc diz..

Vc é foda nega! =)

Se cuida..
amo voce ;)

Daniel Savio disse...

Bonito, mas o toque de quem a gente ama nos faz despertar tanto sentimentos, tantas vontade e tudo ao mesmo tempo...

E quando ficar sem assunto, olhe dentro da alma de quem você ama, pois lá é fonte inesgostavel de palavras.

Fique com Deus, menina Ana Cecília.
Um abraço.

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