
Há algo de errado comigo. Quando fecho os olhos, os pensamentos que chegam a minha cabeça não são os que quero ter. Não são aqueles sempre tão bons que me mantinham de pé com um sorriso distraído. Agora eles parecem horas ensolaradas roubadas da vida de outra pessoa. Eles são recortes de céu cinza e pálido incrustados no meu peito. Que estranho, o céu tem andado tão azul...
Ainda que silenciosamente, os novos pensamentos pulsam com vida e as pontas dos meus dedos parecem desenervadas à medida que o tempo passa e eu escrevo mais linhas bobas sobre como eu perdi você e seus olhos castanhos (outra vez os seus olhos...). Mas, ao contrario do que eu esperei, eu tenho sorrido, tenho procurado motivos por mais que eles só durem por um período ínfimo de tempo.
Mas, se a alguém interessa, tenho estado feliz assim. Ainda tenho você, ainda tenho a sua voz ao telefone, ainda tenho o eco daquelas palavras em um domingo à noite: “O tempo vai passar, você pode até deixar de gostar de mim mas , eu não sei porquê, ainda não acabou o que a gente tem pra viver”.